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Cadinho
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Anexos
Metadados
Miniatura
Número de registro
GO.99/030.345
Situação
Localizado
Denominação
Cadinho
Título
Cadinho
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Cadinho de ferro, formato redondo, mais largo na parte superior, de onde se prolonga em formato de bico. Com inscrição em sua superfície externa. Oxidado.
Altura
10
Diâmetro
8
Técnica
Marcas/Inscrições
Battersea Trianple
Local de produção
Data de produção
Modo de aquisição
Compra
Data de aquisição
Déc. 1980
Procedência
Fonte de aquisição
Fundação Nacional Pró-Memória
Tema
Histórico/Observação
Adquirido pela Fundação Nacional Pró-Memória por CR$ 50,00, vide Comunicado Interno de 21-10-1986. Pertencia à Casa de Fundição da antiga Villa Bôa de Goyaz-GO, era usado para fundir o ouro em altas temperaturas.
Cadinho ou crisol é um objeto em formato de pote em cone. Sua fabricação pode ser encontrado de ferro, platina, chumbo, porcelana, ou outros materiais que suportam grandes temperaturas de até 2000°C e que não fundem com as substâncias a serem derretidas nele.
Sua principal utilização foi nas casas de fundição dos séculos XVII a XIX, nas casas de moedas e pala prática da ourivesaria.
Para as primeiras décadas da mineração sua utilização era muito cara pois eram comprados em Lisboa (já usados várias vezes) e tragos para o Brasil. Com isso, fora desenvolvidas técnicas de reaproveitamento dos cadinhos com misturas de argila e grafite. Para esta reutilização, antes do processo de derretimento do metal (por meio de maçaricos ou outros objetos que lançam quantidade expressiva de fogo), o cadinho deve ser aquecido, ao contrário pode rachar e quebrar.
Num estudo feito pelo Museu Nacional, foram pesquisados 136 cadinhos (entre inteiros e fragmentados) que foram encontrados numa escavação arqueológica em 1980 no Poço Imperial (Prédio Colonial do Centro Histórico do Rio de Janeiro – RJ) e deixados sob a tutela do museu. Em um dos relatórios consta: “(...) A maioria tem um elevado teor de grafite na sua composição, sendo de excelente qualidade. Além deles, há também exemplares produzidos a partir da pulverização de peças quebradas, reaproveitando-se a grafite, incorporada a uma nova pasta de argila (...)”
Não se sabe ao certo onde estes objetos eram fabricados e por quem. Em latim a palavra cadinho vem de catinu que significa tigela, bacia ou cavidade. Nos cadinhos de alto teor de grafite foram encontrados marcas de fabricação e um número que possivelmente era à medida da capacidades que estes objetos suportavam. No entanto, também estavam marcadas o número 4 simples e duplas com iniciais completando-os: LK, PS e IS.
Na Cidade de Goiás foi examinado cadinhos que está sob a guarda da sub-regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desta cidade. “(...) verificamos a presença de cadinhos com alto teor de grafite, de excelente qualidade, ao lado de outros produzidos a partir da pulverização de peças inutilizadas. Em um dos cadinhos da primeira categoria constatamos a mesma marca, associada às iniciais LK (...)” (LIMA, e SILVA, 2003 p.13)
Exemplares também foram encontrados em Minas Gerais e Bahia com estas iniciais. Uma possível conclusão para este estudo é que os cadinhos foram enviados do Rio de Janeiro para as outras Capitanias e direcionadas à outras áreas de mineração como Cuiabá e Mato Grosso.
A temperatura para a fusão do ouro são de 1.063ºC. Nos dias atuais é muito fácil encontrar informações sobre os processos de mineração artesanal, manuseio do ouro e beneficiamento do minério, etc, via web. Todos esses processos são perigosos podendo causar sérios danos à saúde do ser humano e natureza. Além do derretimento de minérios como o ouro serem feitos em alta temperatura podendo causar queimaduras graves, o processo de beneficiamento do ouro ainda é mais arriscado por utilizar ácido nítrico. Este componente é corrosivo á pela, olhos e aparelho respiratório. Este ácido, quando reage com outro minério produz uma fumaça com coloração castanha que o indivíduo inalando este vapor ocorre irritação das vias aéreas superiores, causando espirros, tosse, dor no tórax, dificuldade respiratória, salivação e tontura, podendo evoluir para edema pulmonar e morte.
Após o processo de beneficiamento do minério de ouro, este é posto no cadinho e queimado em altas temperaturas. O liquido então é posto em formas para a fundição de ouro produzidos de ferro ou grafite também chamados de lingoteiras que é a fundição de lingote.
Para saber mais:
LIMA, Tania Andrade. SILVA, Marilia Nogueira da Silva. In: Alquimia, Ocultismo, Maçonaria: o ouro e o simbolismo hermético dos cadinhos (séculos XVIII e XIX). Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v. 8/9. p. 9-54 (2000-2001). Editado em 2003.
SOUZA, Julia Nascimento. In: Perdas de metais preciosos e liberação de mercúrio elementar durante a decomposição térmica de amálgamas: uma abordagem prática / Julia Nascimento Souza [et al.]. __Rio de Janeiro: CETEM/MCTIC, 2018.
Acervo
Artes Visuais
Categoria
Coleção
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