Histórico/Observação
Foi adquirida por Edgard Jacintho da Silva, DPHAN, no interior do Estado de Goiás, por Cr$ 500,00 e doado ao Museu das Bandeiras em 1952. Proveniente da Igreja de Santa Efigênia, em São José do Tocantins, atual Niquelândia. A Igreja foi construída pelos negros em 1790, no período do ciclo do ouro em Goiás.
O historiador Paulo Bertran, em seu livro Memória de Niquelândia, aborda a igreja de Santa Efigênia como: “Promotora das festividades e dos congos que em 25 e 26 de julho reverenciam Santa Efigênia e Nossa Senhora do Carmo. Nesses dias os fiéis da irmandade trajam seus ternos brancos e uma anágua ou avental vermelho decorado com lenços ou fitas como vestuário das congadas. Finalmente a cabeça porta um cocar de penas, lembrando as tradições indígenas trazidas do presídio de Nova Belém e fazenda Xambá”. (Paulo Bertran,1985, p. 41ª 43).
O batismo consiste em um ritual religioso que reproduz e consuma, simbolicamente, o processo do nascimento. Segundo Rugendas, os escravos tendiam a “encarar” a solenidade do batismo “como um benefício, pois os antigos, já batizados, tratam os novos com uma espécie de desprezo, e como selvagens, até o momento de serem nivelados a eles por esse sacramento”. A “Pia batismal antropomorfa, raríssimo exemplar de arte afro-brasileira, proveniente da região de Niquelância” (BERTRAN, 1996, p. 22)
Para saber mais:
BERTRAN, Paulo. Notícia Geral da Capitania de Goiás em 1783. Tomo I. Goiânia: UCG/UFG; Brasília: Solo Editoras, 1996.
NACIF, Paulo Cezar Miranda. Diante da Pia Batismal: as alianças de compadrio em Minas Gerais durante o período colonial. 192 fls. Dissertação (Mestrado em História) Universidade Federal Fluminense, Niteroi, 2014.
RUGENDAS, Johann Moritz, Viagem Pitoresca Através do Brasil, São Paulo, 1940. Ed. Martins Ed.