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Ouro granulado
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Anexos
Metadados
Miniatura
Número de registro
83.140/030.319
Situação
Localizado
Denominação
Ouro granulado
Título
Ouro granulado
Autor
Classificação
Resumo descritivo
Porção de ouro granulado extraído do garimpo.
Peso
05 g
Técnica
Marcas/Inscrições
Ausência de inscrições
Data de produção
Modo de aquisição
Compra
Data de aquisição
22/12/1983
Procedência
Fonte de aquisição
Mário Augusto Aires
Tema
Histórico/Observação
Comprado de Mário Augusto Aires por Cr$ 70.000,00. Vide Proposta sem data, nem assinatura no Pct. “Acervo Museológico”.
O ouro granulado, ouro em pó ou ouro de aluvião foi o minério encontrado nas minas do Rio Vermelho de 1725 (hoje município de Goiás/GO), com a chegada do Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. O minério em volto ao cascalho eram produzido em jazidas sedimentares e encontrados no fundo do rio ou nas margens, com isso não era preciso formas extrações mais complexas para a recolha do ouro. Os escravizados trazidos para as Capitanias de Goyazes foram os da Costa de Mina, África, por que já possuíam o domínio da extração de aluvião – utilizavam a bateia (objeto arredondado que forma um cone no fundo utilizado na extração do ouro de aluvião nas margens dos rios e lagos) com uma mistura de plantas para uma melhor visualização do minério de ouro.
Neste tempo, onde se encontravam minas de ouro eram formados os povoamentos e sua economia era pautada na extração do minério. O ouro em pó servia de moeda de troca, já que o ouro fundido, ou seja, a moeda de ouro não era permitida nas colónias desta primeira décadas do ciclo do ouro, no entanto, quem encontrava o minério deveria pagar impostos à coroa que é a cobrança do quinto. Com isso, pouca quantidade de ouro ficavam no povoado, isso se deu até o final do ciclo, em 1820. (PALACÍN, 1975).
O quinto (cobrança do quinto) era o imposto na época sob toda a extração do ouro ou outros minérios nas minas das colônias, correspondia a 20% do valor encontrado, 1/5 (um quinto). Fora implantado ainda por Dom João III em 1534 chegando ás colônias ainda no início do ciclo do ouro.
No século XVIII a moeda de troca impulsionou o comércio que contribuiu com o crescimento econômico do povoado – 15.000 habitantes em 1736 e 20.000 em 1742, “(...) média de um estabelecimento para cada 45 habitantes, em 1736, e de um estabelecimento para cada 56 habitantes, em 1742” (SALGADO, 2019, p. 16), já que uma parte do minério encontrado nas minas iam direto para os comerciantes. Muitos estudiosos afirmam que parte do aluvião encontrado nas minas eram diretamente direcionados para os comerciantes sem a cobrança do quinto. Portanto, alguns comerciante lucraram muito dado ao termo “oferta e demanda” da contemporaneidade, com muitos produtos faltando para suprir a demanda da população o pouco que haviam subiam enormemente os preços.
“Nessa economia onde a descoberta da extração de ouro para o enriquecimento era o sentido dominante da consciência das pessoas, o comerciante lucrou enormemente porque havia uma infinidade de necessidades dos habitantes, que deveriam ser sanadas. A escassez da oferta ocasionava a valorização dos produtos de primeira necessidade e assim grande parte do ouro que era extraído das lavras acabava chegando à mãos dos comerciantes (...)” (SILVA, 2010. p.13).
Para diminuir a sonegação do quinto, às Capitanias criaram as Casas de Fundição. Estas foram as primeiras instituições governamentais destinadas ao controle da arrecadação de impostos. Nela todo o ouro ou prata era fundido em barras que recebiam cunhos com a identificação do tributo do quinto (ouro quintado). Nas Capitanias de Goyazes, foram criadas em Vila Boa e depois em São Félix.
Para saber mais:
CAVALCANTI, Flavio R. In: Notícia Geral da Capitania de Goiás em 1783. Instituto Casa Brasil de Cultura, Goiânia, 2014.
JÚNIOR, Deusdedith Alves Rocha. In: Registro e Contagens da Comarca de Goiás (1731 – 1750). Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, Brasília /DF, 2018.
PALACÍN, Luís. O Século do Ouro em Goiás: 1722-1822 estrutura e conjuntura numa capitania de minas. 4. ed. Goiânia: Editora da UCG, 1994.
SALGADO, Tathiana Rodrigues. In: Atividades Comerciais Durante o Período Colonial em Goiás – Brasil. Mercator, Fortaleza, v. 18, e18015, 2019. ISSN:1984-2201.
SILVA, Luciano Ferreira. In: A Mineração em Goiás e o Desenvolvimento do Estado. Goiânia, 2010. Monografia apresentada ao departamento de Ciências Econômica da Pontifícia Universidade Católica de Goiás como cumprimento das exigências para obtenção do grau de Bacharel em Economia, sob a orientação do Prof. Eber Vaz.
Acervo
Artes Visuais
Categoria
Coleção
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Destaque no acervo
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